quarta-feira, 7 de agosto de 2013

11 conselhos para ensinar os filhos a pensarem.



Autor: Luis Oliveira
1. O primeiro é atuar de acordo com a verdade das coisas.
Ensinar os filhos a não enganar, serem sinceros e agir com coerência.
“Podemos conhecer a química cerebral que explica o movimento de um dedo, mas isso não explica porque esse movimento se usa para tocar piano ou apertar um gatilho” (Marcus Jacobson).
E “não podemos baratear a verdade” (F. Suárez), desvalorizando seu valor, como se fosse época de liquidação.

2. O segundo é que “a formação é uma exclusividade da inteligência humana”.
Há que enriquecer a linguagem, há que fomentar o diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter argumentos para as próprias decisões, e não fazer só o que fazem os demais, como os carneiros.
Aprender a pensar é descobrir todo o imenso poder que tem a moda no mundo e saber sair da jaula mental que pode encerrarnos.
O pensador livre ou o pensador, não deve sacrificar sua liberdade de pensar no altar da moda.
Sacrificar a verdade no altar da moda é uma das perversões mais nocivas do pensador.
No entanto, com excessiva frequência se encarcera a razão na jaula da moda.
Formação e cultura, dado que “a terra que não é lavrada, levará abrolhos e espinhos, ainda que seja fértil. Assim sucede com o entendimento do homem” (Sta. Teresa de Jesus).

3. Já que é impossível não equivocar-se nunca, ao menos, por utilidade e por dever, temos de aprender de nossos equívocos.
Se queremos aprender a pensar, deveremos descobrir o mundo tão humano do erro. “Equivocar-se é humano”, descobriram os antigos. O erro é o preço que tem que pagar o animal racional.

4. Deliberar é a segunda etapa da vontade.
Seremos mais inteligentes e mais livres quando conhecermos melhor a realidade, saibamos avaliá-la melhor e sejamos capazes de abrir mais caminhos.
Seria um erro pensar, observa Leonardo Polo, que o homem inventou a flecha porque tinha necessidade de comer pássaros. Também o gato tem essa necessidade e, não inventou nada. O homem inventou a flecha porque sua inteligência descobre a oportunidade que lhe oferece o galho.

5. Manter aberta nossa capacidade de dirigir nossa conduta por valores pensados.
Há que passar do regime do impulso irracional ao regime da inteligência. Mais que ensinar a pensar, a função dos pais há de consistir em motivar os filhos para que queiram pensar, por conta própria.
Com atitudes positivas as meninas alimentam o mundo; com atitudes negativas, o pensar aparece como algo excessivo; o agir, como medíocre.

6. Ensinar a tomar decisões. A inteligência é a capacidade de resolver problemas vitais.
Não é muito inteligente quem não seja capaz de decidir, mesmo que dentro de seu refúgio resolva com desenvoltura problemas de trigonometria.
Se concordamos que educar é, essencialmente, crescer em liberdade e em responsabilidade, aprender a decidir bem resulta num dos aspectos chaves dessa tarefa: quanto mais capacidade de decisão, mais liberdade.

7. “Devemos recuperar nas crianças, e fomentá-la, a sã estratégia de perguntar continuamente.
As três perguntas fundamentais são: O que é? Por que é assim? e Como você sabe? Aristóteles definia a ciência como “o conhecimento certo pelas causas”.
Pois, habituar-se a formular ‘porquês’. Os pais devem estimular, motivar, comentar e promover o clima adequado para favorecer os hábitos intelectuais de suas filhas.

8. A inteligência que desejamos tem que saber aprender e, sobretudo, tem que desfrutar aprendendo.
Formular perguntas que ajudem a serem mais reflexivos, a interrogarem-se sobre o pensamento: Por que pensa o homem? Tens pensado porque recorda coisas? Pensamos enquanto dormimos? O que é o que mais te faz pensar? Podes pensar em duas coisas diferentes por vez?
Leonardo Polo define o homem como um ser que, não só soluciona problemas, mas que também os deseja. Com efeito, o ser humano progride desejando novos problemas e buscando solucioná-los.

9. A inteligência deve ser eficazmente linguística.
Graças à linguagem, não só nos comunicamos com os demais, mas conosco mesmo. A inteligência não se parece com uma coleção de fotografias, mas a um rio.
Rio e inteligência “correm”. Nossa língua natural, a materna, é um rio onde confluem milhares de afluentes.
“A caneta e a palavra são as armas do pensador” (JA Jauregui): aprender a pensar é aprender a tocar dois instrumentos do pensamento: a caneta e a palavra.

10. Fomentar a leitura e controlar o uso da TV.
Agora que falamos do vôo da inteligência, se trata de “ser mais inteligentes que a TV”
Os livros “tem que ser obras que alimentem a inteligência sem deixar seco o coração”. Ou seja, devem iluminar a mente com a verdade e não sumi-la nas névoas da dúvida ou na escuridão do erro” (F. Suárez).

11. Urge encontrar tempos para refletir, para pensar, que é menos trabalhoso e mais barato que outras necessidades que nós criamos.
Sobre o sentido último da vida, das coisas, do homem, de Deus.
Quando Unamuno disse que ia passear com pastores de ovelhas para aprender a pensar, para desfazer-se de prejuízos e dogmas de escola, todos rasgaram as vestes. No entanto, Unamuno era sincero.
Um pastor de ovelhas tem tempo para pensar, para dar voltas à sua imaginação e descobrir novos horizontes filosóficos que não tinha visto nunca nenhum outro filósofo.
Fernando Corominas disse que há que “assentar” na mente e no coração dos filhos as coisas boas, antes de que lhes cheguem as nocivas. É chegar antes, é educar no futuro.
Sempre que nos abandonamos, retornamos à selva. A selva que falo metaforicamente é sempre uma claudicação da inteligência.
Fonte: Blog do Carmadélio

Nenhum comentário:

Postar um comentário