Autor: Luis Oliveira
1. O primeiro é atuar de acordo com a verdade
das coisas.
Ensinar os filhos a não enganar, serem sinceros e
agir com coerência.
“Podemos conhecer a química cerebral que explica o
movimento de um dedo, mas isso não explica porque esse movimento se usa para
tocar piano ou apertar um gatilho” (Marcus Jacobson).
E “não podemos baratear a verdade” (F. Suárez),
desvalorizando seu valor, como se fosse época de liquidação.
2. O segundo é que “a formação é uma
exclusividade da inteligência humana”.
Há que enriquecer a linguagem, há que fomentar o
diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter
argumentos para as próprias decisões, e não fazer só o que fazem os demais,
como os carneiros.
Aprender a pensar é descobrir todo o imenso poder
que tem a moda no mundo e saber sair da jaula mental que pode encerrarnos.
O pensador livre ou o pensador, não deve sacrificar
sua liberdade de pensar no altar da moda.
Sacrificar a verdade no altar da
moda é uma das perversões mais nocivas do pensador.
No entanto, com excessiva frequência se encarcera a
razão na jaula da moda.
Formação e cultura, dado que “a terra que não é
lavrada, levará abrolhos e espinhos, ainda que seja fértil. Assim sucede com o
entendimento do homem” (Sta. Teresa de Jesus).
3. Já que é impossível não equivocar-se nunca,
ao menos, por utilidade e por dever, temos de aprender de nossos equívocos.
Se queremos aprender a pensar, deveremos descobrir o
mundo tão humano do erro. “Equivocar-se é humano”, descobriram os antigos. O
erro é o preço que tem que pagar o animal racional.
4. Deliberar é a segunda etapa da vontade.
Seremos mais inteligentes e mais livres quando
conhecermos melhor a realidade, saibamos avaliá-la melhor e sejamos capazes de
abrir mais caminhos.
Seria um erro pensar, observa Leonardo Polo, que o
homem inventou a flecha porque tinha necessidade de comer pássaros. Também o
gato tem essa necessidade e, não inventou nada. O homem inventou a flecha
porque sua inteligência descobre a oportunidade que lhe oferece o galho.
5. Manter aberta nossa capacidade de dirigir
nossa conduta por valores pensados.
Há que passar do regime do impulso irracional ao
regime da inteligência. Mais que ensinar a pensar, a função dos pais há de
consistir em motivar os filhos para que queiram pensar, por conta própria.
Com atitudes positivas as meninas alimentam o mundo;
com atitudes negativas, o pensar aparece como algo excessivo; o agir, como
medíocre.
6. Ensinar a tomar decisões. A inteligência é
a capacidade de resolver problemas vitais.
Não é muito inteligente quem não seja capaz de
decidir, mesmo que dentro de seu refúgio resolva com desenvoltura problemas de
trigonometria.
Se concordamos que educar é, essencialmente, crescer
em liberdade e em responsabilidade, aprender a decidir bem resulta num dos
aspectos chaves dessa tarefa: quanto mais capacidade de decisão, mais
liberdade.
7. “Devemos recuperar nas crianças, e
fomentá-la, a sã estratégia de perguntar continuamente.
As três perguntas fundamentais são: O que é? Por que
é assim? e Como você sabe? Aristóteles definia a ciência como “o conhecimento
certo pelas causas”.
Pois, habituar-se a formular ‘porquês’. Os pais
devem estimular, motivar, comentar e promover o clima adequado para favorecer
os hábitos intelectuais de suas filhas.
8. A inteligência que desejamos tem que saber
aprender e, sobretudo, tem que desfrutar aprendendo.
Formular perguntas que ajudem a serem mais
reflexivos, a interrogarem-se sobre o pensamento: Por que pensa o homem? Tens
pensado porque recorda coisas? Pensamos enquanto dormimos? O que é o que mais
te faz pensar? Podes pensar em duas coisas diferentes por vez?
Leonardo Polo define o homem como um ser que, não só
soluciona problemas, mas que também os deseja. Com efeito, o ser humano
progride desejando novos problemas e buscando solucioná-los.
9. A inteligência deve ser eficazmente
linguística.
Graças à linguagem, não só nos comunicamos com os
demais, mas conosco mesmo. A inteligência não se parece com uma coleção de
fotografias, mas a um rio.
Rio e inteligência “correm”. Nossa língua natural, a
materna, é um rio onde confluem milhares de afluentes.
“A caneta e a palavra são as armas do pensador” (JA
Jauregui): aprender a pensar é aprender a tocar dois instrumentos do
pensamento: a caneta e a palavra.
10. Fomentar a leitura e controlar o uso da
TV.
Agora que falamos do vôo da inteligência, se trata
de “ser mais inteligentes que a TV”
Os livros “tem que ser obras que alimentem a
inteligência sem deixar seco o coração”. Ou seja, devem iluminar a mente com a
verdade e não sumi-la nas névoas da dúvida ou na escuridão do erro” (F.
Suárez).
11. Urge encontrar tempos para refletir, para
pensar, que é menos trabalhoso e mais barato que outras necessidades que nós
criamos.
Sobre o sentido último da vida, das coisas, do
homem, de Deus.
Quando Unamuno disse que ia passear com pastores de
ovelhas para aprender a pensar, para desfazer-se de prejuízos e dogmas de
escola, todos rasgaram as vestes. No entanto, Unamuno era sincero.
Um pastor de ovelhas tem tempo para pensar, para dar
voltas à sua imaginação e descobrir novos horizontes filosóficos que não tinha
visto nunca nenhum outro filósofo.
Fernando Corominas disse que há que “assentar” na
mente e no coração dos filhos as coisas boas, antes de que lhes cheguem as
nocivas. É chegar antes, é educar no futuro.
Sempre que nos abandonamos, retornamos à selva. A
selva que falo metaforicamente é sempre uma claudicação da inteligência.
Fonte: Blog do Carmadélio
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