Por incrível que
pareça, este é um "padre",
o revolucionário Pe.
Camilo Torres Restrepo
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Em face da condenação de um
livro de Jon Sobrino, - um dos teólogos líderes da teologia da libertação, - a
discussão sobre essa linha de pensamento voltou a campo. Na ocasião, um grupo
de teólogos desta linha publicou um livro (adivinhe?) contestando a ação do
Vaticano e do Papa. São eles: Marcelo Barros, Leonardo Boff, Teófilo
Cabestrero, Oscar Campana, Víctor Codina, José Comblin , Confer de Nicaragua,
Lee Cormie, Eduardo de la Serna, José Estermann, Benedito Ferraro, Eduardo
Frades, Luis Arturo Garcia Dávalos, Ivone Gebara, Eduardo Hoornaert, Diego
IrarrázavaI, Jung Mo Sung, Paul Kmitter, João Batista Libânio, María y José
Ignacio López Vigil, Carlos Mesters, Ricardo Renshaw, Jean Richard, Pablo
Richard, Luis Rivera Págan, José Sánchez, Stefan Silber, Ezequiel Silva, Afonso
Mª Ligório Soares, José Sols, Paulo Suess, Luiz Carlos Susin, Faustino
Teixeira, Tissa Balasuriya, e José María Vigil.
A Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo publicou o livro “Bajar de la Cruz a los Pobres: Cristología de la Liberación”. Muitos perguntam: o que é afinal, a tal teologia da libertação? Vou responder a pergunta com a resposta que deu a ela a autoridade da Igreja Católica; o Cardeal Joseph Ratzinguer, escolhido pelo Papa João Paulo II, em 1981, para ser o Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé; aquela que está encarregada de cuidar da Sã Doutrina (1Tm1,10; 4,6; Tt1,9; 2,1;2,7; 2Tm4,3), que com tanta ênfase São Paulo recomendava a Timóteo e a Tito.
A teologia da libertação surgiu, mais especificamente, na América Latina, na década de 60, e ganhou adeptos principalmente nas Comunidades Eclesiais de Base. A partir dos anos 80 pudemos sentir mais de perto a sua ação. Foi então que o Cardeal Ratzinger (hoje Papa Bento XVI) escreveu um importante artigo intitulado “Eu Vos Explico a Teologia da Libertação” (Revista PR, nº276, set/out, 1984, pp354-365), onde deixou claro a posição da Igreja a respeito do assunto. Analisando este artigo, D. Estevão Bettencourt afirma: “A teologia da libertação não trata apenas de desenvolver a ética social cristã em vista da situação socioeconômica da América Latina, mas revolve (bagunça) todas as concepções do Cristianismo: doutrina da fé, constituição da Igreja, Liturgia, catequese, opções morais, etc...".
A Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo publicou o livro “Bajar de la Cruz a los Pobres: Cristología de la Liberación”. Muitos perguntam: o que é afinal, a tal teologia da libertação? Vou responder a pergunta com a resposta que deu a ela a autoridade da Igreja Católica; o Cardeal Joseph Ratzinguer, escolhido pelo Papa João Paulo II, em 1981, para ser o Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé; aquela que está encarregada de cuidar da Sã Doutrina (1Tm1,10; 4,6; Tt1,9; 2,1;2,7; 2Tm4,3), que com tanta ênfase São Paulo recomendava a Timóteo e a Tito.
A teologia da libertação surgiu, mais especificamente, na América Latina, na década de 60, e ganhou adeptos principalmente nas Comunidades Eclesiais de Base. A partir dos anos 80 pudemos sentir mais de perto a sua ação. Foi então que o Cardeal Ratzinger (hoje Papa Bento XVI) escreveu um importante artigo intitulado “Eu Vos Explico a Teologia da Libertação” (Revista PR, nº276, set/out, 1984, pp354-365), onde deixou claro a posição da Igreja a respeito do assunto. Analisando este artigo, D. Estevão Bettencourt afirma: “A teologia da libertação não trata apenas de desenvolver a ética social cristã em vista da situação socioeconômica da América Latina, mas revolve (bagunça) todas as concepções do Cristianismo: doutrina da fé, constituição da Igreja, Liturgia, catequese, opções morais, etc...".
Entre as afirmações,
o então Cardeal Prefeito diz: “A gravidade da teologia da libertação não é
avaliada de modo suficiente; não entra em nenhum esquema de heresia até hoje
existente; é a subversão radical do
Cristianismo, que torna urgente o problema do que se possa e se deva fazer
frente a ela”.
“A teologia da
libertação é uma nova versão do Cristianismo, segundo o racionalismo do teólogo
protestante Rudolf Bultmann e do marxismo, usando, a seu próprio modo, uma
linguagem teológica e até dogmática que pertence ao patrimônio da Igreja, revestindo-se
assim de uma certa mística, para
disfarçar os seus erros”.
O então Cardeal foi
muito claro ao afirmar o perigo:
“Com a análise do
fenômeno da teologia da libertação torna-se
manifesto um perigo fundamental para a fé da Igreja. Sem dúvida, é preciso
ter presente que um erro não pode existir se não contém um núcleo de verdade. De fato, um erro é tanto mais perigoso quanto
maior for a proporção do núcleo de verdade assumida”.
“Essa teologia não
pretende constituir-se como um novo tratado teológico ao lado dos outros já
existentes; não pretende, por exemplo, elaborar novos aspectos da ética social
da Igreja. Ela se concebe, antes, como uma nova hermenêutica da fé cristã, quer
dizer, como nova forma de compreensão do Cristianismo na sua totalidade. Por
isso mesmo muda todas as formas da vida eclesial; a constituição eclesiástica,
a Liturgia, a catequese, as opções morais…”
“A teologia da
libertação pretende dar nova interpretação global do Cristianismo; explica o
Cristianismo como uma práxis de libertação e pretende constituir-se, ela mesma,
um guia para tal práxis. Mas, assim como, segundo essa teologia, toda realidade
é política, também a libertação é um conceito político e o guia rumo à libertação
deve ser um guia para a ação política”.
O grande
"herói" Che Guevara, momentos antes de assassinar
um opositor do seu
partido com um tiro na nuca
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A libertação, para a
teologia da libertação, é conquistada pela via política, e não pela Redenção de
Jesus, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo1,29). Jesus veio
para “salvar o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21), e disse a Pilatos que “o
seu Reino não é deste mundo”. O pecado, para a teologia da libertação, se
resume praticamente só no “pecado social”, que não será resolvido com a
conversão e com os Sacramentos da Igreja, mas com a “libertação” do povo pela
luta política. Daí o fato de haver um grande relaxamento moral e espiritual em
muitos adeptos dessa teologia. Muitos não valorizam a celebração da Missa, a
não ser como uma “celebração de mobilização política do povo oprimido". Não
se valoriza a oração, a Confissão, a Eucaristia, o santo Rosário, a adoração ao
Santíssimo Sacramento e a todas as práticas de espiritualidade tradicionais,
que são, então, consideradas superadas e até alienantes.
Conheço vários
jovens sacerdotes que se formaram em seminários fortemente influenciados pela
teologia da libertação e que hoje deixaram o sacerdócio, esvaziados
espiritualmente… Noto que nem se realizaram no campo social e nem no campo
religioso. O então Cardeal Ratzinguer também mostrou que é difícil enfrentar
esse perigo:
“Os teólogos da
libertação continuam a usar grande parte da linguagem ascética e dogmática da
Igreja em chave nova, de tal modo que aqueles que lêem e escutam, partindo de
outra visão, podem ter a impressão de reencontrar o patrimônio antigo com o
acréscimo apenas de algumas afirmações um pouco estranhas…”
“A comunidade
‘interpreta’, com a sua ‘experiência’ os acontecimentos e encontra assim a sua
práxis. O ‘povo’ torna-se assim um
conceito oposto ao de ‘hierarquia’ (Magistério da Igreja) e antítese a
todas as instituições indicadas como forças da opressão. Afinal, é ‘povo’, quem
participa da ‘luta de classes’; a ‘ igreja popular’, acontece em oposição à
Igreja hierárquica."
Segundo Jon Sobrino,
o Reino de Deus não deve ser compreendido espiritualmente, nem universalmente.
Deve ser compreendido de forma política e partidária! Aqui se entende porque os
adeptos da teologia da libertação militam nos partidos políticos que visam a
“libertação do povo”. Também o Papa Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi, explicou
o que é a verdadeira libertação:
“Acerca da
libertação que a evangelização anuncia e se esforça por atuar, é necessário
dizer antes o seguinte: ela não pode ser limitada à simples e restrita dimensão
econômica, política, social e cultural; mas deve ter em vista o homem todo,
integralmente, com todas as suas dimensões, incluindo a sua abertura para o
absoluto, mesmo o Absoluto de Deus… A Igreja tem a firme convicção de que toda
a libertação temporal, toda a libertação política, mesmo que ela porventura se
esforçasse por encontrar numa ou noutra página do Antigo ou do Novo Testamento
a própria justificação, encerra em si mesma o gérmen da sua própria negação e
desvia-se do ideal que se propõe, por isso mesmo que as suas motivações
profundas não são as da justiça na caridade, e porque o impulso que a arrasta
não tem dimensão verdadeiramente espiritual e a sua última finalidade não é a
salvação e a beatitude em Deus.”
Os adeptos da
teologia da libertação têm a enganosa mania de pensar que quem não aceita esta
teologia não trabalha pelos pobres e oprimidos e não se preocupa com eles;
Acham-se os únicos defensores dos excluídos, o que é um grande erro. A Igreja,
em seus 2000 anos de vida, sempre socorreu os desvalidos e ainda o faz, mas
nunca precisou lançar mão de ideologias políticas e estranhas para isso; sempre
agiu pelo puro amor a Jesus Cristo que sofre no doente, no preso, no faminto,
etc. A Igreja não precisa que novos teólogos a ensinem a fazer caridade; ela a
faz desde os Apóstolos, ela é “perita em humanidade”, como disse Paulo VI.
A Igreja Católica
sempre foi e continua sendo a instituição que mais faz caridade no mundo (dados oficiais);
hoje, 25% das instituições que tratam dos aidéticos no mundo são da Igreja. Em
toda a História da Igreja, os santos viveram a verdadeira caridade e nunca
precisaram reinterpretar o Evangelho e politizar a fé com métodos marxistas de
luta de classes, invasão de propriedades alheias fora da lei, e etc. para
promover os pobres. O Papa João Paulo II ao menos por duas vezes, falando aos
bispos do Brasil, condenou as invasões de terras: “… Recordo as palavras do meu
predecessor, Leão XIII, quando ensina que 'nem a justiça, nem o bem comum
consentem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto'
(RN, 55). A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou
movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer
pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas.” (João Paulo II ao
segundo grupo de Bispos do Brasil, do Regional Sul l da CNBB, em visita “ad
limina Apostolorum” de 13 a 28 de Março de 1996)
“Para alcançar a
justiça social se requer muito mais do que a simples aplicação de esquemas
ideológicos originados pela luta de classes como, por exemplo, através da
invasão de terras – já reprovada na minha viagem pastoral em 1991 – e de
edifícios públicos e privados, ou por não citar outros, a adoção de medidas
técnicas extremas, que podem ter conseqüências bem mais graves do que a
injustiça do que pretendiam resolver.” (discurso em 26/nov/2002 aos bispos do
Brasil)
Não podemos nos fazer de surdos a essas palavras. Concluo com as sábias palavras de D. Estevão:
Não podemos nos fazer de surdos a essas palavras. Concluo com as sábias palavras de D. Estevão:
“O cristão não pode
ser de forma alguma, insensível à miséria dos povos do Terceiro Mundo. Todavia
para acudir de forma cristã a tal situação, não lhe é necessário adotar um
sistema de pensamento que é anticristão
como a Teologia da Libertação; existe a doutrina social da Igreja,
desenvolvida pelos Papas desde Leão XIII até João Paulo II de maneira cada vez
mais incisiva e penetrante. Se fosse posta em prática, eliminaria graves males
de que sofrem os homens, sem disseminar o ódio e a luta de classes”.
Prof. Felipe Aquino
- www.cleofas.com.br
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