Estamos
publicando a análise para nos ajudar a:
– Perceber nas entrelinhas do livro, ou em
outros que venhamos a ler, a ideologia de esvaziamento de pontos essenciais de
nossa fé católica;
– Ajudar-nos a perceber nossa atitude diante
daquilo que lemos, principalmente em obras de cunho religioso ou “autoajuda”,
que adentram na dimensão espiritual/espiritualista que interessa a nós
católicos;
– Ajudar-nos a despertar o senso critico – não
neurótico, mas atento – para filtrar à luz de nossa fé aquilo que vale a pena
ler ou não. A oferta hoje é tamanha que exige critérios para não perder tempo,
nem dinheiro, com aquilo que nada acrescenta de consistente à nossa fé ou a
nossa vida;
Impressiona a Incapacidade que muitos tem de
não perceber, dentro daquilo que estão lendo, onde tem verdade ou não. Alguns
não conseguem ver nada errado onde qualquer olhar mais atento percebe tudo!
A proposta não é analisar todo o livro mas
apenas algumas partes na esperança que possa despertar naqueles que ainda vão
ler, se tiverem “estômago”, uma nova percepção e naqueles que já leram uma
confirmação daquilo que provavelmente haviam percebido.
Desnecessário se faz dizer que a análise foi
feita a partir da fé católica, o que poderá tornar algumas colocações não muito
claras para quem não está razoavelmente por dentro da doutrina básica de nossa
fé.
Partindo dessa análise feita do livro, é
possível assistir o filme sobre uma outra perspectiva, mais critica e menos
ingênua.
Católico
pode ver o filme? claro que sim. O que não pode é ser Teologicamente ingênuo.
” A cabana”- análise do livro sob ótica
católica.
- O livro é muito bem
escrito e atraente no seu enredo simples, no assunto e no estilo. A
linguagem, porém, com algumas citações bíblicas feitas de formas
indiretas, traz uma profusão de sofismas capaz de iludir o leitor menos
atento. (lembro que a “metodologia” do sofisma, muito utilizado na
filosofia grega antiga, consiste em tomar uma verdade ou duas verdades e
combiná-la com uma ou mais inverdade de formas que tudo pareça verdadeiro
ou que tudo pareça falso, de acordo com o objetivo de quem sofisma). O
livro traz em seu próprio enredo incoerências entre a trama e o que é dito
pelas “pessoas” da “trindade”.
- a editora do mesmo (e isso
é muito importante ao comprar ou ler um livro dedica-se a livros de
auto-ajuda ou assuntos não comprovados nem pelo próprio livro nem pela
ciência, teologia e, por vezes, o bom-senso). É bastante ler a lista dos
seus “clássicos”, na ultima página do livro. A exceção é O Monge e o
Executivo.
O livro conta a história de um
homem que, em um acampamento nas montanhas com os filhos tem sua caçula
seqüestrada e morta enquanto está sob a água, tentando salvar um outro filho,
que se afogava sob um bote. Após quatro anos de tristeza e desilusão, recebe
uma carta de Deus, que se apresenta como Papai convidando-o a voltar à cabana
onde o crime contra sua filha havia sido cometido. Relutante, aceitou.
Até aqui, nada anormal. A
ficção, afinal, dá direito a todo tipo de imaginação. O inadequado começa quando
este homem, Mack, encontra a “trindade” na cabana. Naturalmente, como autor,
Young goza o direito de utilizar sua imaginação, sua bela linguagem, suas
descrições do Pai como uma senhora negra que cozinha, o Filho como um judeu
cujo nariz enorme o deixa feio e o Espírito como uma moça asiática feita de luz.
Ele tem o direito, sim, de
imaginar a trindade como um autor leigo ignorante da boa teologia e
eclesiologia e influenciado pela Nova Era, pelo Espiritismo e pelo Relativismo. Nós é que temos o
dever de distinguir o que é bom do que não é. A narrativa é tão envolvente, que os
deslizes de Young quanto à fé, a eclesiologia e a moral podem passar
desapercebidos para a pessoa mais bem formada.