Bento XVI presidiu na manhã deste domingo à santa
missa na Basílica de São Pedro, na qual
ordenou nove sacerdotes para a Diocese de Roma.
“A tradição romana de celebrar ordenações sacerdotais neste IV Domingo de
Páscoa, domingo “do Bom Pastor”, contém uma grande riqueza de significado,
ligada à convergência entre a Palavra de Deus, o Rito litúrgico e o Tempo
pascal em que se coloca” – explicou o Papa no início da homilia.
“Em particular – continuou –, a
figura do pastor, tão relevante na Sagrada Escritura e naturalmente muito
importante para a definição do sacerdote, adquire a sua plena verdade e clareza
no rosto de Cristo, na luz do Mistério de sua morte e ressurreição” – com essas
palavras, Bento XVI situou as ordenações sacerdotais por ele feitas durante a
celebração explicando o seu significado no contexto da liturgia celebrada neste
domingo.
“O bom pastor dá a vida pelas
ovelhas”, destacou o Papa, evidenciando a primeira característica fundamental
do bom pastor. Bento XVI acrescentou que nessa passagem de Jo 10,11
somos imediatamente levados ao centro, ao cume da revelação de Deus como pastor
de seu povo.
“Este centro e cume é Jesus,
precisamente Jesus que morre na cruz e ressurge do sepulcro no terceiro dia,
ressurge com toda a sua humanidade, e desse modo nos envolve, cada homem, em
sua passagem da morte para a vida” – acrescentou.
“Esse evento – a Páscoa de Cristo –
em que se realiza plenamente e definitivamente a obra pastoral de Deus, é um
evento sacrifical: por isso o Bom Pastor e o Sumo Sacerdote coincidem na pessoa
de Jesus que deu a vida por nós.
Dirigindo-se aos diáconos que logo
em seguida seriam ordenados sacerdotes, o Pontífice ressaltou que “é lá que o
Bom Pastor quer conduzir-nos! É lá que o sacerdote é chamado a levar os fiéis a
ele confiado: à verdadeira vida, à vida “em abundância”.
“O bom pastor dá a sua vida pelas
ovelhas.” Jesus insiste sobre essa característica essencial do verdadeiro
pastor que é ele mesmo: “dar a própria vida”.
“Esse é claramente o traço
qualificador do pastor assim como Jesus o interpreta em primeira pessoa,
segundo a vontade do Pai que o enviou.”
E o sacerdote – explicou o Santo
Padre – é “aquele que é inserido num modo singular no mistério de Cristo,
com uma união pessoal a Ele, para prolongar a sua missão salvífica”. Essa união,
que se dá graças ao Sacramento da Ordem, requer que se torne “sempre mais
estreita” pela generosa correspondência do próprio sacerdote.
Uma “dimensão
eucarística-sacrifical” que “é inseparável da dimensão pastoral” da qual
“constitui o núcleo de verdade e de força salvífica, da qual depende a eficácia
de toda atividade”. Não somente – ressaltou o Pontífice – “em nível psicológico
e social, mas na fecundidade vital da presença de Deus em nível humano
profundo”.
“A própria pregação, as obras, os
gestos de diferente natureza que a Igreja faz com as suas multíplices
iniciativas, perderiam a sua fecundidade salvífica se deixasse de lado a
celebração do Sacrifício de Cristo. E essa celebração é confiada aos sacerdotes
ordenados.”
Todo “presbítero é chamado a viver
em si mesmo aquilo que experimentou em Jesus em primeira pessoa, ou seja,
dar-se plenamente à pregação e à cura do homem de todo mal do corpo e do
espírito”, até dar a vida pelos homens, gesto que encontra “expressão sacramental
na Eucaristia”, memória perpétua da Páscoa de Jesus.
“Caros Ordenandos, esta Palavra de Deus
ilumine toda a vida de vocês. E quando o peso da cruz se fizer maior, saibam
que essa é a hora mais preciosa, para vocês e para as pessoas a vocês confiadas.”
Fonte:
Blog do Carmadélio
Nenhum comentário:
Postar um comentário