Vaticano,
18 Set. 19 / 08:52 am (ACI).- O Papa Francisco explicou por que a Igreja não
desabou, apesar de terem ocorrido “tantos pecados e tantos escândalos” ao longo
de sua história de dois milênios. Assim indicou o Santo Padre ao improvisar em
sua catequese semanal nesta quarta-feira, 18 de setembro, na Praça de São
Pedro, no Vaticano.
“Pensemos
na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com tantos pecados,
tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não
desabou? Porque Deus está ali. Nós somos pecadores e muitas vezes
escandalizamos. Mas Deus está conosco. Deus sempre salva. A força é Deus
conosco”, disse o Pontífice em uma intervenção espontânea .
Durante
sua catequese pronunciada em italiano, o Santo Padre continuou refletindo sobre
o livro de Atos dos Apóstolos e enfatizou que, "diante da proibição dos
judeus de ensinar no nome de Cristo, Pedro e os Apóstolos respondem com
coragem".
No
entanto, o Pontífice reconheceu a coragem "impressionante" que os
apóstolos tinham que "não se deixam assustar por ninguém", mas também
lembrou que nem sempre foram assim. “Pensamos que eram covardes: todos fugiram,
fugiram quando Jesus foi detido... Todos. Mas, passaram de covardes a
corajosos. Por quê? Porque o Espírito Santo estava com eles”, afirmou. “O mesmo acontece conosco: se tivermos o Espírito Santo dentro nós,
teremos a coragem de seguir em frente, a coragem de vencer muitas lutas, não
por nós mesmos, mas pelo Espírito que está conosco”, encorajou o Papa.
Nesse
sentido, o Santo Padre recordou as testemunhas intrépidas de Jesus
ressuscitado, os mártires de todos os tempos, os mártires que "dão a vida,
não escondem que são cristãos" e citou, como exemplo, o assassinato de
cristãos coptas ortodoxos na praia na Líbia que foram degolados por extremistas
islâmicos.
Além
disso, Francisco assinalou que os apóstolos são “os megafones do Espírito
Santo, enviados por Jesus ressuscitado a difundir com prontidão e sem hesitação
a Palavra que salva” e reconheceu que “esta determinação deles faz tremer o
sistema religioso judaico, que se sente ameaçado e responde com violência e
condenações à morte”.
“A
perseguição dos cristãos é sempre a mesma: as pessoas que não querem o
cristianismo se sentem ameaçadas e levam os cristãos à morte”, alertou o Papa,
que destacou o papel de Gamaliel, “homem prudente, doutor da lei”, que foi
mestre de São Paulo.
Desse
modo, o Papa Francisco explicou que Gamaliel "toma a palavra e convida os
seus correligionários a exercer a arte do discernimento" em situações que
excedem os padrões usuais.
Especificamente,
o Pontífice frisou que “Gamaliel mostra, citando alguns personagens que se
fingiram Messias, que todo projeto humano pode primeiro receber elogios e
depois naufragar, enquanto tudo o que vem do alto e tem a ‘assinatura’ de Deus
está destinado a durar".
“Os
projetos humanos sempre falham; eles têm um tempo, como nós. Pensem em tantos
projetos políticos, e como eles mudam de um lado para o outro, em todos os
países. Pensem nos grandes impérios, pensemos nas ditaduras do século passado.
Sentiam-se poderosos, que podiam dominar o mundo. Depois todos desabaram”,
assinalou o Papa mais uma vez ao improvisar em sua catequese. Por isso,
encorajou a refletir também “nos impérios de hoje” que “desabarão, se Deus não
estiver com eles, porque a força que os homens têm em si não é duradoura.
Somente a força de Deus permanece”.
“Pensemos
na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com tantos pecados,
tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não
desabou? Porque Deus está ali. Nós somos pecadores e muitas vezes
escandalizamos. Mas Deus está conosco. Deus sempre salva. A força é ‘Deus
conosco’”, disse o Santo Padre.
Por isso,
o Papa Francisco ressaltou que discernir permite “ver o evento cristão com uma
nova luz e oferece critérios que ‘sabem de Evangelho’, porque convidam você a
reconhecer a árvore por seus frutos".
“Peçamos
ao Espírito Santo que atue em nós para que, pessoalmente ou comunitariamente,
possamos adquirir o hábito do discernimento. Peçamos que nos ajude a ver sempre
a unidade da história da salvação através dos sinais da passagem de Deus em
nosso tempo e nos rostos daqueles que nos rodeiam, e a aprender que o tempo e
os rostos humanos são mensageiros do Deus vivo” concluiu.
Fonte: https://www.acidigital.com
🙏🏼
ResponderExcluir