Filhos,
uma bênção de Deus
“A
Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas
um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”. (Cat.§ 2373)
Certa vez
o Papa Paulo VI disse a um grupo de casais:
“A
dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos,
fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”.
Isto é,
doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver
missão mais nobre e digna do que esta na face da terra? Alguém disse certa vez,
com muita razão, que “a primeira vitória de um homem foi ter nascido”.
Nada é
tão grande e valioso neste mundo como o homem. Ensina a Igreja que “ele é a
única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). Por isso o Catecismo da
Igreja afirma que:
“Os
filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo
para os próprios pais” (CIC, 2378).
Será que
acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que “escapamos pela
tangente”, dando a “nossa” desculpa?
Lamentavelmente
estabeleceu-se entre nós, também católicos, uma cultura “anti-natalista”.
Por incrível que pareça “as preocupações da vida” (Lc 12,22; Mt 6,19),
sufocaram o valor imenso da vida humana, levando as gerações à triste
mentalidade de “quanto menos filhos melhor”. À luz do cristianismo, é uma
triste mentalidade, pois a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da
vida.
“Vede, os
filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”.
“Feliz o homem que assim encheu sua aljava…” (Sl 126, 3-5).
O amor é
essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “o bem é difusivo” (Suma
Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa, ou
então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho.
Santo
Ireneu (†202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem : “O homem
vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).
Isto quer
dizer que com a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança, “Deus
coroa e leva à perfeição a obra das suas mãos” (Familiaris Consórtio, 28).
Assim,
Ele chamou-nos a participar do seu poder de Criador e de Pai:
“Deus
abençoou-os e disse-lhes: “crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra”
(Gen 1,28).
Disse
ainda o Papa João Paulo II:
“A
tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da
história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela
geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor
conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (Familiaris
Consortio, 28).
Todos
esses ensinamentos nos levam ao que a Igreja afirma constantemente:
“O amor
conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (GS,50;
HV,11; FC,29).
A
situação social e cultural dos nossos tempos, dificulta a compreensão dessa
verdade. Vale a pena reler o que disse o Papa João Paulo II sobre isso:
“Alguns
perguntam-se se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido.
Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez
amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são
previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem
os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores.
“Nasceu
assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de
muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos
estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às
vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida.
“Mas a
Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é
sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo
que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (Familiaris Consórtio,
30).
Muitos
têm medo de não educar bem os filhos. Pois eu lhes digo que, com Deus, é
possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável, e
vivam para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto,
Deus e eles farão. Faça do seu filho um Homem… isto basta.
Há hoje
uma mentira muito difundida – infelizmente aceita também por muitos
católicos – de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e
“indispensável” para sanar todos os males da humanidade.
Não há
civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética que destrói o ser
humano, ou que impede o “seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de
Deus, que, para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.
Jamais a
mulher poderá se realizar mais em outra vocação do que na maternidade. É
aí que ela coopera de maneira mais extraordinária com Deus na obra da criação
e, consequentemente, é aí que ela encontra a sua verdadeira realização. Afinal,
São Paulo afirma a Timóteo que: “A mulher será salva pela maternidade” (1 Tm
2,15).
Isso não
quer dizer que a mulher que não se torna mãe não pode se salvar, longe disso,
mas mostra que o caminho da maternidade, hoje tão desvalorizado, é um meio
poderoso de santificação da mulher.
Certa vez
o Cardeal Raul Henriques, do Chile, disse:
“Se
quando minha mãe teve o 18º filho, tivesse dito basta, vocês não teriam hoje o
seu Cardeal”.
E é bom
lembrar que Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, foi a 23ª filha dos seus
pais.
A Igreja,
no Concílio Vaticano II ensinou que:
“Não pode
haver verdadeira contradição entre as leis divinas sobre a transmissão da vida
e o cultivo do autêntico amor conjugal”.
“Aos
filhos da Igreja, apoiados nesses princípios, não é lícito adotar na regulação
da prole os meios que o Magistério reprova quando explica a lei divina” (GS,
51).
É preciso
dizer aqui que a lei de Deus não é impossível de ser vivida; basta ter fé. São
Paulo disse que “o justo vive pela fé” (Rm 1, 17) e sabemos que “sem fé é
impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). O que falta hoje para muitos casais é
exatamente essa fé. Jesus disse que o seu “jugo (doutrina) é suave e seu peso é
leve” (Mt 11,30).
“O
mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu
alcance… Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração:
e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).
Vitor
Hugo disse certa vez que “um lar sem filhos é como uma colméia sem abelhas”;
acaba ficando sem a doçura do mel.
Fonte: Blog do Professor Felipe Aquino
Nenhum comentário:
Postar um comentário