Seminário internacional discute as influências na cura de doentes
Com a
palestra Ciência
e fé, do presidente do Conselho Pontifício para os Agentes de
Saúde, dom Zygmunt Zimowski, foi aberto na última sexta-feira, em Lourdes, o
seminário científico internacional Lourdes,
a saúde e a ciência: o que significa curar-se hoje?.
Por ocasião do vigésimo aniversário de instituição da Jornada Mundial do
Enfermo, criada pelo beato João Paulo II e realizada pela primeira vez nesta
cidade francesa em 1993, o Escritório de Constatações Médicas, presidido
por Alessandro de Franciscis, convidou especialistas de renome mundial para
debater sobre o assunto de um ponto de vista racional e científico, e em
consonância, não em oposição, com a ideia de que a fé e a oração influenciam a
cura física.
O evento foi organizado em parceria pelo Comitê Médico Internacional de
Lourdes e pelo Conselho Pontifício de Pastoral da Saúde. Entre os expoentes
figuram o professor Luc Montagnier, prêmio Nobel de Medicina em 2008, e o
cardeal arcebispo de Lyon, Philippe Barbarin.
“Ciência e fé”, afirmou Zimowski, “vivem hoje, a seu modo, uma tensão
rumo àquela que Paulo VI chamou de civilização do amor, na qual deverá haver
espaço e tempo para o bem, para a verdade, para a pacífica convivência. E ambas
são chamadas a oferecer a sua efetiva contribuição para o bem da humanidade, na
concórdia, no diálogo, no apoio mútuo. Ciência e fé podem e devem se tornar
aliadas, depois de terem passado tempo demais numa postura de distância, de
desconfiança e até de contraposição”.
Citando São Tomás de Aquino (Summa contra Gentiles), o presidente do Conselho Pontifício para os Agentes da Saúde afirma
que ciência e fé são aliadas também porque “provocam e ajudam” uma à outra. “A
ciência provoca o crente e o leva a cultivar a inteligência, especialmente
quando ele reflete sobre a mais inatingível e indescritível das realidades: a
de Deus”. Por sua vez, “a fé é para o homem de ciência um convite permanente à
ulterioridade, a olhar para o homem, para a realidade e para a história com a
consciência de que existe, além do mundo fenomenológico, um nível mais alto,
que necessariamente transcende as previsões científicas; o mundo humano da
liberdade e da história” (cf. Bento XVI, Discurso aos participantes na reunião
plenária da Academia Pontifícia de Ciências, 6 de novembro de 2006).
A fé, observa Zimowski, citando a encíclica Fides et
Ratio, de João Paulo II, ”ajuda a
dar o passo, tão necessário quanto urgente, do fenômeno para o fundamento. Não
é possível ficar apenas na experiência. Mesmo quando esta expressa e manifesta
a interioridade do homem e a sua espiritualidade, é necessário que a reflexão
especulativa atinja a substância espiritual e o fundamento que a sustenta”. A
ciência e a fé, sublinha o expoente, devem ter como referência principal o
homem, a sua dignidade, o seu bem-estar, a sua realização: “São como dois
trilhos de ferro paralelos, diferentes e inconfundíveis um com o outro.
Caminhando sobre eles, rumamos para um futuro de luz, de bem, de solidariedade
para a humanidade”. Por isto, conclui o prelado, ninguém deve sentir-se
excluído do cuidado devido à sua pessoa e à sua saúde, no respeito da igual
dignidade de cada um.
Fonte:
Blog do Carmadélio
Nenhum comentário:
Postar um comentário